por José Guerra
No começo, tudo era trevas. E Deus disse Que faça-se a luz, e a luz foi feita. E ainda no primeiro dia, depois da siesta, criou o jornalista.
Pois é caros, essa "vocação divina" que nós jornalistas creiamos possuir acabou-se. Agora somos mais um na grande rede brigando por um lugar ao sol, tentando entender e posicionarmos nesta (nao tao) nova realidade. "Empresas" jornalísticas virtuais nasceram e morreram, como o caso do falecido NoMínimo, iniciativa brasileira que era mais como um coletivo de jornalistas bloguers que saiu do ar por falta de investidores. Outros tantos, como o especializado em esportes Juca Kfouri, foram contratados por grandes portais para produzir conteúdo, uma transposição do velho modelo para o novo meio. Ou ainda, fazem a dobradinha internet/meio convencional, como o Ricardo Noblat.
E a diversidade é tanta que, por exemplo, é possível encontrar neste blog um texto em português, feito por um brasileiro perdido em Pamplona. (para que possamos nos entender sem problemas, sugiro o meio termo). E quem poderia pensar que chegaríamos a isto quando blogs ainda eram pequenos diários cotidianos? Eu, com certeza, não. Até tentei fazer um em que deveria colocar meus contos, mas acabou de atualizado semanalmente para atualizado um ano sim e no outro não.
Voltando à realidade brasileira, o mais novo movimento, ainda que incipiente, que tenta ganhar força através de links , o novo medidor de popularidade e adesão à uma causa, quer tentar transformar a realidade do futebol de meu país, bem diferente daquela conhecida por todos. Mas a ainda baixa taxa da população que dispõe de internet em casa deve naufragar mais uma boa proposta.
Talvez em países desenvolvidos esse admirável mundo novo já seja uma realidade mas, não creio que nos chamados "países em desenvolvimento" já seja capaz de fazer frente ao rádio e à televisão, principais fontes de informação da gente. Principalmente em um continente onde as democracias estão sempre ameaçadas, o caminho até a democratização da informatização ainda parece longo e sem fim.