Papo de bar. Cerveja, gente nova, desconhecida, conhecida. Música, risada, conversa solta, Iron Maden. Massa, Iron!!! Bons e velhos anos 80. Massa, Iron. Visão pelos meus olhos. Palavras pela minha boca.
“Não gosto de coisa velha” foi a resposta. Pensei rápido: “Gosto do que é bom e do que é clássico”. Fim do primeiro capítulo.
Essa historinha é baseada em fatos reais. Essa noite aconteceu, os personagens estavam lá e a música estava tocando. Eu estava lá e a cena era minha, foi para mim que ela aconteceu e foi construtiva, no sentido mais completo da palavra, me fez pensar e construir conclusões.
Por onde começar? Talvez pela definição do que é ser “velho”. Velho e antigo são definições diferentes. Clássico é aquilo que é “bom e velho”, como a definição do rock and roll. O rock é bom e velho em sua vibração, em sua definição e em sua atitude. A proposta do rock é velha, mas não envelheceu, se tornou clássica. É o que os lingüistas chamam de “máxima”. O que é bom vira clássico, e o clássico não morre jamais, entra para a história.
Agora vou direto para o fim: o que é atual, contemporâneo, moderno, vanguardista? Principalmente: o que é contemporâneo hoje? Sim, porque o contemporâneo muda... aquilo que era contemporâneo nos tempos dos nossos pais, ou dos nossos avós, não é mais hoje; certo? Não sei...
Se observarmos, perceberemos que a proposta do contemporâneo hoje é a junção de tudo. Desde a moda do vestuário, até o design de interiores, passando pelas mais diversas manifestações artísticas (incluindo a música), apresenta-se como fusão dos mais diversos períodos de tempo. As revistas de moda hoje mostram que o “vintage” é o visual queridinho dos fashionistas, no design de interiores, dos eletroeletrônicos de última geração, constatamos que a linha visual dos anos 50, remetendo aos primórdios da pré-era “eletrônica” é a proposta mais atual. Claro que tudo isso com uma leitura revisitada, contando com elementos que naquela época não existiam, como a cromia, a limpeza nas linhas e nas cores.
Tudo bem, e como isso se aplica à música? Nossa grande paixão dentre as mais diversas formas de expressão e principalmente, dentro do rock, que é a nossa vertente de origem (isso para os roqueiros como eu)?
Vamos lá, começando pelo começo, ou quase o começo, voltemos aos anos 50, época do surgimento do maior ícone do rock nessa época: Elvis Presley. Você pode não escutar o som do cara e nem gostar, mas tenho certeza de que você respeita a existência dele no nosso “submundo” roqueiro. Óbvio, pois o cara foi um divisor de águas, depois dele, o Mundo Todo deixou de ser o que era e nossos pais foram marcados. Ok, mas voltemos à idéia: você sabe da onde surgiu o som que o Elvis tocava? Claro que veio de algum lugar; e O Rei do Rock foi um instrumento catalisador, um liquidificador. Para exemplificar melhor: em uma jarra (sua alma) ele misturou o country das montanhas norte-americanas, o blues do Mississipi, o funk do Brown (que nasceu da Gospel Music cantada nas Igrejas Protestantes negras dos Estados Unidos), acelerou tudo, aumentou o volume e rebolou.
Depois dele podemos enumerar como grande fenômeno os Beatles, que vieram da Inglaterra, o velho continente, para assolar o mundo e definir a maior reviravolta de comportamento da história moderna da música. Como assim??? Simples: os três meninos bem comportados e engravatados, que não usavam drogas e cortavam o cabelo de tigelinha, tudo como manda o figurino, saíram de Liverpool para mostrar que qualquer um podia se rebelar contra aquilo que já estava imposto há muito tempo, no caso deles, a música ouvida há muito tempo.
Foram os Caretas do Rock que conquistaram as mocinhas de família e deixaram os papais de cabelo em pé dentro de casa. Sem falar nos padres e religiosos, escandalizados e putos, dizendo que o Demônio se manifestava através dos gritos fanáticos das meninas, do rebolado e da pose blasé que os roqueiros assumiam.
“Não gosto de coisa velha” foi a resposta. Pensei rápido: “Gosto do que é bom e do que é clássico”. Fim do primeiro capítulo.
Essa historinha é baseada em fatos reais. Essa noite aconteceu, os personagens estavam lá e a música estava tocando. Eu estava lá e a cena era minha, foi para mim que ela aconteceu e foi construtiva, no sentido mais completo da palavra, me fez pensar e construir conclusões.
Por onde começar? Talvez pela definição do que é ser “velho”. Velho e antigo são definições diferentes. Clássico é aquilo que é “bom e velho”, como a definição do rock and roll. O rock é bom e velho em sua vibração, em sua definição e em sua atitude. A proposta do rock é velha, mas não envelheceu, se tornou clássica. É o que os lingüistas chamam de “máxima”. O que é bom vira clássico, e o clássico não morre jamais, entra para a história.
Agora vou direto para o fim: o que é atual, contemporâneo, moderno, vanguardista? Principalmente: o que é contemporâneo hoje? Sim, porque o contemporâneo muda... aquilo que era contemporâneo nos tempos dos nossos pais, ou dos nossos avós, não é mais hoje; certo? Não sei...
Se observarmos, perceberemos que a proposta do contemporâneo hoje é a junção de tudo. Desde a moda do vestuário, até o design de interiores, passando pelas mais diversas manifestações artísticas (incluindo a música), apresenta-se como fusão dos mais diversos períodos de tempo. As revistas de moda hoje mostram que o “vintage” é o visual queridinho dos fashionistas, no design de interiores, dos eletroeletrônicos de última geração, constatamos que a linha visual dos anos 50, remetendo aos primórdios da pré-era “eletrônica” é a proposta mais atual. Claro que tudo isso com uma leitura revisitada, contando com elementos que naquela época não existiam, como a cromia, a limpeza nas linhas e nas cores.
Tudo bem, e como isso se aplica à música? Nossa grande paixão dentre as mais diversas formas de expressão e principalmente, dentro do rock, que é a nossa vertente de origem (isso para os roqueiros como eu)?
Vamos lá, começando pelo começo, ou quase o começo, voltemos aos anos 50, época do surgimento do maior ícone do rock nessa época: Elvis Presley. Você pode não escutar o som do cara e nem gostar, mas tenho certeza de que você respeita a existência dele no nosso “submundo” roqueiro. Óbvio, pois o cara foi um divisor de águas, depois dele, o Mundo Todo deixou de ser o que era e nossos pais foram marcados. Ok, mas voltemos à idéia: você sabe da onde surgiu o som que o Elvis tocava? Claro que veio de algum lugar; e O Rei do Rock foi um instrumento catalisador, um liquidificador. Para exemplificar melhor: em uma jarra (sua alma) ele misturou o country das montanhas norte-americanas, o blues do Mississipi, o funk do Brown (que nasceu da Gospel Music cantada nas Igrejas Protestantes negras dos Estados Unidos), acelerou tudo, aumentou o volume e rebolou.
Depois dele podemos enumerar como grande fenômeno os Beatles, que vieram da Inglaterra, o velho continente, para assolar o mundo e definir a maior reviravolta de comportamento da história moderna da música. Como assim??? Simples: os três meninos bem comportados e engravatados, que não usavam drogas e cortavam o cabelo de tigelinha, tudo como manda o figurino, saíram de Liverpool para mostrar que qualquer um podia se rebelar contra aquilo que já estava imposto há muito tempo, no caso deles, a música ouvida há muito tempo.
Foram os Caretas do Rock que conquistaram as mocinhas de família e deixaram os papais de cabelo em pé dentro de casa. Sem falar nos padres e religiosos, escandalizados e putos, dizendo que o Demônio se manifestava através dos gritos fanáticos das meninas, do rebolado e da pose blasé que os roqueiros assumiam.
Na cola deles, foram os Stones. Esses fizeram as pedras rolarem com comportamento escrachado, roupas alternativas, drogas e sexo livre. Nascemos. Esse é o berço óbvio da nossa geração “Sexo, Drogas e Rock and Roll”, e assim seja, Amém.
O que aconteceu depois foi muita coisa. No Brasil tivemos os Mutantes que mostraram a Psicodelia em tupiniquim, Bob Marley queimava vários baseados na Jamaica e sussurrava “Still it Up, little darling!”, o Jazz mostrava sua cara obscura com a ode à heroína “Under my skin”. Hendrix, Janis, Zeppelin, Sabbath, Santana, porra!
Essa é nossa escola e esses são os nossos grandes professores. Depois deles tudo mudou e foram eles que criaram o mundo em que vivemos. Só não esqueça, por favor, que o Elvis começou com o que já existia pra criar algo que ninguém tinha imaginado; do country americano ele trabalhou as bases do rock e se tornou imortal. Ele está vivo em qualquer música que nós roqueiros tocamos ou ouvimos e se renova sempre. Elvis não morra jamais, meu amigo, você é fundamental e lhe somos gratos.
Deixe-me voltar aqui: Sabbath? Então temos o Ozzy, o Rainbow (conhece?), tem o Jethro Tull – péra aí, vou olhar meus CD´s – claro, Yes, Doors, Clapton, vamos dar um pulo e chegar no ponto inicial do texto; Iron. Pronto, chegamos aos anos 80 (sem falar de Ramones, mas daí é outra história, ou melhor, segue pelo outro lado da encruzilhada, na bifurcação do resultado do movimento “Paz e Amor”).Bem, vou concluir logo através da pergunta. Diga-me caro roqueiro: o quê você escuta hoje? Não vou enumerar opções, não é meu objetivo. O que quero dizer, provavelmente você já tenha percebido: tudo vem de algum lugar. Impossível que o som que você escuta hoje não tenha alguma influência de Iron Maden ou no mínimo, esse som que você está pensando absorveu algumas das mesmas influências que o Maden bebeu. Discorda? Desculpa, mas é verdade. Pergunta pros caras do Metallica, pergunta pro Axl. Putz, você não gosta de Guns, mesmo tendo vivido o ano de 1993 com 12 anos? Beleza, mas vou te dizer que os caras do STP gostavam, porque se não eles não teriam montado o Velvet Revolver, que é excepcionalmente bom e é novo, vanguardista. Você pode não gostar de Velvet, nem de Papa Roach, e eu não estou aqui pra defender o que me parece bom e muito menos para tentar convencer alguém a gostar do que eu gosto, mas quero conseguir mostrar que no mundo do verdadeiro rock, nada fica velho, e o que é bom e influente se torna clássico e deve ser respeitado, pois é um elo na corrente histórica evolutiva do som.
Pronto, acho que consegui: Vanguardista hoje é a mistura de todas as coisas, depois de uma releitura aonde entram as influências atuais. Ai ai ai e o quê são as “influências atuais”, tia?! Vou te contar, mas é segredo: é tudo aquilo que determina o nosso comportamento nos dias de hoje, e que vislumbra o futuro. É difícil de sintetizar assim e por isso acredito que seja pauta pra uma próxima oportunidade, mas vou tentar exemplificar: a tecnologia influencia nosso comportamento social, isso você já sabe, né? Então também deve saber que o barulho do telefone celular influencia a música. Duvida? Só se você nunca escutou música eletrônica. Ah, você não gosta de M.E.? Sei... Nem de Morsheeba, Portshead, Moby, Chemical Brothers, acha tudo isso uma bosta? Kraftwark você não quer nem ouvir falar... Mas com certeza já escutou FCLG, Jamiroquai, Incognito, Incubus, 311, Hoobastank e claro, se você é das antigas, Living Colour (é, é, aquele som que tem uma cozinha absurdamente destruidora), pois então, tenho certeza de que eles gostam. Discorda?! Escuta o último disco de cada um deles pra você ver!
Agora serei radical: Metallica gosta de música eletrônica. Helmet também. Se não gosta, é influenciado por ela. Nããããão???? Vou te dizer, meu velho: SIM. Sabe como eu sei? Porque é impossível desvincilhar a batera repetitiva do St. Anger da base da M.E. Você não sabe disso porque nunca ouviu eletrônico! Talvez eu esteja errada, mas se eles não gostam de M.E., são influenciados por ela, já que essa tendência da batida repetitiva surgiu da base do techno, o primeiro estilo eletrônico que nasceu em Detroit, filha do clima “Industrial” da cidade e do barulho das máquinas. Acho que consegui exemplificar o que são as tais “influências atuais”.
E agora quero parar de falar, minha idéia se duplicou. A princípio era para conversar comigo mesma sobre essa idéia de ser “velho” ou de se tornar “clássico” e acabei chegando na conceituação do contemporâneo. Mas o objetivo é só um, tentar convencer você, leitor (que me agüentou até aqui) de que aquilo que passou tem que ser respeitado. É graças àquele passo (por mais questionável que seja na nossa concepção dos dias de hoje) que a música chegou onde está agora. E aquele exemplo que dei sobre a bifurcação que o Ramones tomou é uma grande chave nessa racionalização, pois acredito que todas as variações vão se bifurcando e misturando-se entre si e formando estilos diferentes. E é aí que chegamos a um ponto comum: Nada surge do nada, são as batidas, as sete notas, o tempo, o ritmo e o que você faz com esses elementos. A partir do momento em que eles vierem à tona, vai influenciar quem passar e ouvir, mesmo que a pessoa não processe. Todo som é “influência externa” + “passado” e torna-se “influência atual”.
O resgate histórico é bom, pois nos faz pensar.
Agora, com relação aos novos meios, sem dúvidas, trata-se do futuro e pode ser que o assunto tenha ficado meio abafado até aqui, mas para mim sua posição no contexto geral é óbvia. Como poderia eu, uma inocente e jovem jornalista do terceiro mundo, ter acesso a todas estas informações e ouvir todos estes estilos musicais, alguns nenhum pouco divulgados na mídia local? Simples: Internet. E a Internet já pode ser considerada como um instrumento completo de mídia, somando blogs de amantes da música, sites com informações e atualidades musicais, programas de troca de arquivos, programas aonde posso ver vídeos e clips que não passam na televisão, instrumentos de busca, myspace, comunidades do orkut, etc, etc, etc.
Estes são meus alimentos diários de informação, simplesmente porque a grande mídia está entupida com seus compromissos comerciais com as grandes gravadoras, grandes editoras e empresários que as compram para fazer ao público consumir o que mais os convém.
Novos meios? Sim, me parece a salvação anárquica que sempre esperamos para dizer e consumir o que mais nos convém.